domingo, 26 de dezembro de 2010

Sobre carros, embreagem e o que todo mundo deve saber

Sabe aquelas coisas que todo mundo tem que saber? Tipo como trocar a resistência do chuveiro, como abrir o computador, ou o que fazer se você perder um documento. Pois é, acho que muitas dessas coisas que todo mundo precisa saber estão relacionadas aos nossos queridos veículos.

Antes de comprar um carro, devia existir um curso preparatório básico, e não venham me dizer que já existe, porque essas aulas teóricas de auto-escola são ridículas. Eu, por exemplo, aprendi várias coisas, entre elas a diferença entre uma placa de advertência e uma indicativa de obras, que, apesar de serem exatamente iguais, tem cores diferentes. Também me ensinaram que o motorista que para pra ajudar alguém que se acidentou é um atendente e não socorrista, e o instrutor disse que "isso cai na prova!". O sistema é mesmo fantástico!

Pois bem, eu estava falando sobre um curso do tipo "o que fazer quando...?". Eu já tive algumas experiências práticas no trato com veículos, e os conhecimentos que eu detenho sobre mecânica são básico-deficitário-elementares, e por isso resolvi escrever esse post com algumas dicas aos motoristas inexperientes.

1. Tenha um seguro. Pode parecer óbvio né? Você não quer ter o prejuízo de ter um carro roubado ou sofrer um acidente, lembrando que às vezes eles ocorrem por culpa dos outros, mesmo que você seja um motorista cuidadoso. O que muita gente esquece é que os seguros geralmente vêm com pacotes de assistência, que incluem serviços de bateria (em caso de panes elétricas), serviço de reboque, e em alguns casos até carro reserva e troca de pneus (olha aí pra as meninas!!!). Obviamente, não adianta ter o serviço contratado e não saber o número de telefone de emergência do seguro, então tenham essas informações sempre à mão. Além disso, na maioria dos casos, para usar esses serviços não é necessário desembolsar absolutamente nada. Outra coisa interessante é que na maioria das vezes, não é necessário pagar a franquia do seguro para utilizá-lo para reparar danos em veículos de terceiros. Então se você deu uma encostada no carro do vizinho sem querer, ligue para sua seguradora, provavelmente não é necessário pagar nada para consertar o carro dele.

2. Saber para onde ir. Um amigo um outro dia passou para uma situação meio chata. O carro quebrou, ele ligou para o seguro, e o rebocador perguntou pra onde ele queria levar o carro, e ele simplesmente não tinha a mínima idéia. Geralmente o melhor é pedir indicações aos amigos de oficinas especializadas. É bom termos em mente estabelecimentos especializados em freios, embreagem, injeção eletrônica, parte elétrica, etc.

3. Cuidado com os barulhos e luzes. Geralmente os carros dão sinais de problemas antes de eles acontecerem. Se uma luz desconhecida está acendendo no painel, um barulho novo surgiu, ou você percebeu que tem alguma coisa solta em algum lugar, é melhor correr logo para uma oficina de confiança.

4. Temperatura é fator crítico. Todo carro tem sistemas de medição da temperatura do motor. Uma das primeiras coisas que eu aprendi é que, se o sistema de resfriamento estiver com problemas, você pode perder o motor do carro. Então é importante ficar sempre de olho na temperatura, e saber qual é a luz do painel que indica que o carro esquentou demais. Ela tem o formato de um termômetro meio esquisito. Se o ar condicionado parar de esfriar de repente, também pode ser sinal de problemas de temperatura. Nesse caso você tem que parar imediatamente o carro.

5. Aprenda a trocar um pneu. Lógico que ninguém gosta né? A mão fica preta, você suja a roupa, dá um trabalho danado, mas é importante saber fazer. Outra dica é deixar o step livre. Se ele fica no fundo do porta-malas, por exemplo, não é uma boa idéia andar sempre com um monte de tranqueiras lá dentro. Isso só vai deixar você mais irritado quando precisar tirar o pneu de lá.

6. Dirigir sem embreagem é possível. Se o pedal da embreagem de repente ficou solto, ainda é possível dirigir. Basta desligar o carro e engatar a primeira. Obviamente, você tem que tomar cuidado, porque quando você ligar o carro ele vai sair andando. Daí, você dá aquela esticada na marcha até quando der, depois tenta engatar a próxima, com muita calma, devagar, e ela termina entrando. Faça isso só até chegar na oficina mais próxima, pois não é muito saudável para a caixa de marchas dirigir desse jeito.

Se alguém tiver mais alguma dica interessante, pode postar nos comentários. Bom fim de ano pra todo mundo!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre o vexame do Inter e o futebol brasileiro

Minha nossaaa!!! O Inter apanhou de um time que eu (e quase todo mundo) nunca tinha ouvido falar! Eu acho que nem meu irmão, que é vidrado em futebol e acompanha vários campeonatos que eu nunca ouvi falar, conhecia esse time. Pois é, os gremistas estão felizes, os colorados deprimidos, até aí tudo bem, tudo certo, maravilha. Mas todo mundo sabe que de vez em quando acontecem problemas entre torcedores de times diferentes.

Quem não lembra de quando o Coritiba caiu pra a segunda divisão em 2009? Se alguém não lembra, tem uma reportagem aqui ó.


A novidade é o caso do torcedor do Cruzeiro que foi simplesmente pisoteado e chutado até morrer, por torcedores do Atlético Mineiro. Felizmente dessa vez teve gente presa, porque no caso do Coritiba, tem 15 respondendo processo, mas todos em liberdade. Em Recife, no dia que tem clássico, eu quero dizer jogos entre Sport, Santa Cruz e Náutico, os ônibus são depredados, apedrejados e às vezes até queimados, e circular em certos locais próximos ao centro da cidade é perigosíssimo, porque muitos torcedores pegam um ônibus até o centro e de lá pegam outro para os bairros onde residem. Aí já viu né? Eles se encontram no centro, e aí é confusão na certa.

Para você que torce em paz, parabéns. Vamos brincar com nossos amigos que torcem pro Inter e tudo vai ficar bem. Pra você que tem ódio dos torcedores de outro time, seu clube tem vergonha de você.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre o presente e o futuro das mídias

Eu gosto bastante de filmes e seriados, e por isso prezo pela qualidade do que assisto. Não estou falando da qualidade "artística", até porque isso é discutível, e eu gosto de muita coisa que alguns consideram porcaria, e considero ruins outras que muita gente gosta. Enfim, eu quero falar sobre a qualidade da mídia, imagem, som, efeitos, tudo isso.
Há alguns meses comprei uma TV de alta definição. Logo depois, adquiri um reprodutor de Blu-Ray, indispensável para assistir filmes em mídia física de melhor qualidade. Hoje, porém, tenho minhas dúvidas se é esse o futuro da mídia. Primeiramente, comprar Blu-Rays ainda é caro, apesar de hoje já encontrarmos promoções com filmes na casa dos R$ 30,00. Gosto de assistir vários filmes de uma vez, e não dá pra comprar dois todo fim de semana. As locadoras estão desaparecendo. Em Brasília, as poucas que restaram perto de onde moramos são caras...

Algumas empresas, principalmente a Apple, dizem que o futuro são os filmes on line, via streaming ou download direto, e por isso até hoje não colocaram Blu-Ray nos computadores. Provavelmente eles estão certos, mas a internet no Brasil ainda é ridícula, e vai demorar bastante para esses serviços de filmes via streaming em alta definição pegarem. Veja o exemplo do novo serviço do Terra, que tenta vender uma versão on line em baixa definição de Toy Store 3 por R$ 24,90, enquanto a versão em DVD (com qualidade melhor, encartes, e detalhes) sai por algo em torno de R$ 30,00.

Eu gostaria bastante de assistir mais filmes em Blu-Ray, mas estou ficando sem opção, e nem penso em pagar uma fortuna por uma conexão de banda realmente larga, pra depois pagar outro tanto pra assistir os poucos filmes que já são oferecidos em alta definição. É por isso que todo mundo baixa filme por aí né?

Para os heróis que querem comprar filmes em Blu-Ray, recomendo o http://www.tudosobrebluray.com.br/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre a face ridícula das eleições

Um dia desses eu falei sobre miopia eleitoral. Querem um exemplo? Tá aí

http://eleicoes.uol.com.br/2010/distrito-federal/ultimas-noticias/2010/09/28/no-distrito-federal-petistas-e-apoiadores-de-roriz-entram-em-confronto-antes-de-debate.jhtm

Chegamos ao ápice do ridículo. É uma espécie de "guerra santa" que aconteceu ontem à noite aqui em Brasília entre os apoiadores de Agnelo (PT) e da recente candidata Weslian Roriz (PSC). Não vou fazer comentário nenhum sobre os candidatos. Pra mim, poderia ser uma disputa eleitoral entre Madre Tereza e Adolf Hitler, e uma briga continuaria sendo igualmente ridícula. O que leva pessoas a atirarem paus e pedras em outras para pretensamente defender candidatos? O que passa pela cabeça da pessoa que faz isso? Obviamente, nada.

Eu acredito que todo eleitor deveria ser, antes de tudo, um pensador. É impossível escolher um candidato conscientemente sem um mínimo de pesquisa e algum esforço intelectual para compreender os planos e propostas apresentados. Hoje eu ouvi no maravilhoso quadro "Liberdade de Expressão", que passa todos os dias às 8h45min na CBN, um comentário de Viviane Mosé dizendo que nós, brasileiros, perdemos a paixão pela disputa eleitoral. Depois ela mesma disse que a raiz da palavra paixão era a mesma de patos, que significa doença. Pois bem, se for esse o preço por mantê-la, acho que perdermos a paixão pelas eleições é uma coisa extremamente positiva.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre a EBCT

Estava precisando de um documento urgente para minha matrícula na universidade, então pedi ao meu pai para me mandar por SEDEX. Obviamente, achei que não teria problemas, uma vez que ele postou o documento no dia 22 (quarta-feira) e o prazo dado pelos Correios para a entrega é de 1 dia útil, quando enviado de uma capital para outra. É aí que começa o meu suplício.

Na quinta-feira, o documento não chegou, e no rastreamento aparecia "encaminhado para Brasília". Na sexta-feira, não chegou, e no rastreamento apareceu "recebido em Porto Alegre". Aí você pergunta: "por que raios em Porto Alegre?". Foi a mesma pergunta que eu me fiz. Na segunda-feira apareceu "recebido em Brasília" e eu registrei uma reclamação no site da EBCT, e quase imediatamente recebi uma resposta dizendo que o meu "envelope será entregue no dia de hoje". Enquanto isso no rastreamento apareceu "saiu para entrega". Fiquei tranquilo. Finalmente eu ia poder resolver meu problema, cujo prazo final é hoje. Cheguei em casa. Fui na portaria. O envelope não chegou.

Hoje, terça-feira, dia 28, até o meio-dia o documento ainda não tinha chegado. O site da EBCT está fora do ar. Tentei ligar para o 0800 e eles não me dão solução. Consegui o telefone do Centro de Distribuição, e fui atendido por uma moça que não era um primor de simpatia, e me disse "ah, senhor, eu não vou poder fazer sua consulta agora porque acabei de desligar o computador". Minhas têmporas quase explodiram. Pedi educadamente que ela verificasse se o envelope está lá. Ela me disse que o funcionário cometeu um "pequeno erro" na hora de dar baixa no sistema, e por isso o envelope não foi entregue ontem. Ela me garantiu que quando eu chegar em casa, por volta das 19h, ele vai estar lá. Desse jeito, eu vou poder pegar o documento e ir diretamente na universidade, pois o prazo é até às 22h.

Ninguém merece. Sabe por quê? Porque a EBCT é uma empresa pública, totalmente marginalizada e subestimada, com salários defasados, funcionários com baixíssima qualificação. Eu fui bancário por alguns anos, e sempre observei a luta da categoria por melhores salários e condições de trabalho. Quando os funcionários dos correios entram em greve, a maioria dos serviços continua funcionando, a maioria das agências continua atendendo. O meu problema vai continuar sendo o problema de muitos, até que essa empresa que é tão importante extirpe os políticos corruptos de seus quadros e pense melhor no seu funcionalismo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sobre as eleições de 3 de outubro

Tenho ouvido muita coisa nessa reta final de campanha política. Primeiramente, eu gostaria que vocês soubessem que eu não sou apaixonado por nenhuma figura pública no nosso país, não persigo ideais cegamente, nem sofro do que o pessoal do Acerto de Contas chama de "miopia eleitoral", que nada mais é do que o fenômeno que ocorre quando um eleitor escolhe um candidato como herói perfeito e todos os outros como emissários do demônio.

Pois bem, sobre a imprensa, por favor, não sejamos inocentes. A grande mídia tem feito de tudo para que Serra seja eleito. Grande novidade. Nada disso me deixa assustado nem me chama a atenção. Até hoje o grampo de Gilmar Mendes não apareceu, e a Veja continua inventando histórias mirabolantes, como essa última sobre Ciro Gomes. A Carta Capital, por outro lado, parece ter matérias mais densas e munidas de fatos, mas é nitidamente petista, e não tenta esconder isso. Tudo bem. Temos que exercitar a mente.

Um outro fenômeno interessantíssimo é o partidarismo familiar. Um dia desses um conhecido me disse que ia votar em Serra "porque meu pai disse que ele é o melhor". Pessoal, vamos pesquisar pelo menos alguma coisa sobre a vida pregressa dos candidatos, o que eles já fizeram, e quais são as propostas. Na minha opinião, por exemplo, as propostas que tem sido enfatizadas por Serra nas últimas semanas, que envolvem principalmente um aumento do salário mínimo, são nitidamente uma última tentativa de subir nas pesquisas, com uma proposta que contraria tudo o que a história do partido dele mostra.

Não estou com isso querendo dizer que Serra é a desgraça da humanidade, apesar de eu já ter há muito decidido votar em Dilma. Minha família é de bancários, e eu fui bancário por alguns anos e agora sou servidor público. A política governamental de privatizações e enxugamento do setor público e do sistema financeiro entre 1994 e 2002 trouxe sofrimento para nós, e isso pesa bastante na minha decisão. Depois disso, conversei com alguns conhecidos que são servidores públicos no estado de São Paulo, e ouvi depoimentos semelhantes.

Quanto a Dilma, eu tenho ouvido algumas pessoas dizendo que tem medo dela, porque ela é muito séria e só está sorrindo porque está na campanha. O que eu vou dizer é forte, mas esse é o argumento mais ridículo que eu já ouvi. Meu pai tem fama de ser sério, mas quem acha isso não o conhece bem; em casa ele poderia se passar por humorista. Por outro lado, mesmo que Dilma seja extremamente séria, isso a impediria de ser uma boa presidenta? É melhor procurar algum argumento entre esses escândalos que todos os políticos colocam embaixo do tapete. Acho que ela tem algumas propostas inconsistentes, com números irreais, principalmente relacionados com o tal PAC 2.

Marina Silva parece uma senhora bem intencionada, que quer salvar o mundo, mas não tem a mínima ideia de como. Espero que todos votem de acordo com sua consciência, e consigam se divertir com a divergência, pois ela é positiva. A única campanha que eu quero fazer é contra esse partidarismo sentimentalista, que faz com que bons amigos se iniminizem a cada quatro anos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sobre o iPhone e o Android

Certo, eu comecei a escrever sobre tecnologia, e eu acho o post anterior vai funcionar meio que como uma advertência com relação aos próximos. Agora eu resolvi escrever minha opinião sobre celulares de alta performance.

Primeiro, eu não gosto desse termo "smartphone". Hoje em dia quase qualquer celular é o que era considerado um "smartphone" há 3 ou 4 anos. Por exemplo, antes um celular que tinha capacidade de acessar a internet e visualizar imagens era considerado um smartphone. Hoje, qual celular não faz isso? Bom, essa discussão é irrelevante, eu quero mesmo é falar da briga atual.

Em 2007 o iPhone foi lançado e verdadeiramente revolucionou o mercado. Quando chegou no Brasil, foi só o que se falava. Quando se falava em telefonia móvel, o iPhone era tido considerado de longe o aparelho representante do "topo da linha". Eu mesmo pensei um bom tempo em ter um, mas me desiludi quando descobri que não podia usar meus fones de ouvido Bluetooth, que pra mim eram um acessório indispensável, pois eu andava bastante na rua, sempre ouvindo música. Descobri que a Apple, depois de um tempo, lançou uma atualização de software que permitia essa interação, então comecei a fazer meus planos para comprar o aparelhinho. Foi bem na época em que começaram a aparecer no Brasil os celulares que rodavam Android.

Para quem não tem familiaridade com o assunto, o Android não é um aparelho, é um sistema operacional, usado por vários fabricantes em aparelhos diferentes, alguns mais simples e outros mais sofisticados. O pai do Android é o Google, e por isso a filosofia do sistema é completamente oposta à do iPhone. E foi isso que me chamou a atenção.

Terminei comprando um Android, o Motorola Milestone. E não me arrependo de jeito nenhum, e nem estou pensando em trocar de aparelho depois de todo o estardalhaço do lançamento do iPhone 4. Querem saber as razões?

1. O iPhone tem conexões proprietárias. Não tem coisa mais chata nesse mundo. O carregador é próprio, o cabo USB é próprio. Não dá pra pegar emprestado o carregador nem o cabo de um amigo num momento de necessidade. Só a saída dos fones de ouvido é universal. O Milestone tem interface microUSB, o que significa que uma infinidade de carregadores serve para ele. Além disso, qualquer lar de classe média deve ter pelo menos um cabo USB que sirva nele.

2. O iPhone não tem teclado físico. Muita gente pode dizer que o teclado virtual do iPhone é bom, mas não se compara ao teclado QWERTY que me pertmite fazer pequenas anotações em reuniões e eventos com muito mais agilidade do que qualquer outro aparelho.

3. A tela é a mesma coisa. Estou falando da sensibilidade, porque ainda não peguei o iPhone 4 para dar minha opinião sobre a luminosidade. Acreditem em mim, tem aquele negócio do zoom fazendo pinça com os dedos e tudo o mais.

4. O iPhone é caro. Muito mais caro que um Android de ponta, por alguma razão inexplicável.

5. O Google é o Google. Posso acessar meu GMail sem frescuras; meus contatos se sincronizam com os do GMail automaticamente quando eu ligo o celular pela primeira vez e coloco meu login e minha senha.

Enfim, é isso aí. Viva os democráticos Androids!

Sobre conforto e tecnologia

Quem me conhece sabe que eu sou um amante de tecnologia. Quem gosta de tecnologia costuma visitar fóruns, assinar newsletters e seguir perfis no twitter que te deixam ciente de todas as novidades que podem facilitar a sua vida no futuro. E, é claro, tudo isso traz um enorme apelo ao consumo.

A tecnologia, de uma maneira geral - por favor não pensem só em eletrônicos - pode sem dúvida nos ajudar a ter uma vida mais confortável e fácil. E aos que pensam que não é verdade, deixe que eu dê um pequeno exemplo. Recentemente nós nos mudamos para outro estado, e logo quando eu soube que viríamos para cá, fiz uma pesquisa razoavelmente detalhada na internet e comprei um GPS. Escolhi um dos modelos mais simples, mas de um fabricante bastante confiável. Enfim, chegamos aqui e eu tinha três dias antes de começar a trabalhar. Visitamos mais de 20 apartamentos procurando um para alugar. Por favor concordem comigo que, se não tivéssemos o danadinho do GPS, conseguiríamos ver no máximo uns 4 ou 5. O aparelhinho nos guiou pelas ruas com pouquíssimos erros e foi fundamental para não perdermos tempo entre imobiliárias e os lugares que queríamos visitar.

O alerta que eu faço (inclusive para mim mesmo) é o de conscientização dos amantes de tecnologia. Hoje é muito fácil ter um cartão de crédito e comprar uma TV, notebook, câmera ou iPod parcelados em um milhão de vezes. Esse não é um caminho interessante. A antecipação do consumo pode nos levar a dar um passo maior do que as pernas, e aí as dívidas que não tem juros sucumbem diante dos altíssimos juros de inadimplência cobrados pelas administradoras de cartão de crédito, ou mesmo dos CDCs e cheques especiais.

Vamos consumir tecnologia, vamos desfrutar do conforto de assistir um filme em alta definição, ouvir música de boa qualidade, ou de buscar uma informação na hora que ela é necessária na tela do celular ou do computador. A tecnologia só é boa quando é útil e quando podemos pagar por ela.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nota de Esclarecimento

Pessoal, depois do posto anterior, fiquei pensando que talvez vocês achassem que eu sou averso a treinamentos, cursos e palestras. Eu sou absolutamente a favor do aprimoramento em qualquer forma, e adoro obter novos conhecimentos. A crítica foi à metodologia ultrapassada e às exposições massantes, e espero que vocês concordem comigo.

Sobre cursos e treinamentos

Aí eu passei num concurso público. Foi a maior festa. Parabéns pra cá e pra lá, festinhas de despedida, mudança e tal. Uma grande vitória, sem dúvida. Mas geralmente os detalhes não são conhecidos de quem está de fora.
O concurso teve uma segunda fase, aconteceu em maio passado, o chamado curso de formação. Muitos concursos tem curso de formação como segunda ou terceira fase, com uma prova eliminatória no final. Foi assim que funcionou. A coisa era mais ou menos assim: a gente ia pra uma faculdade e lá tinha aula com alguns servidores designados e outros instrutores de uma consultoria especializada, por duas semanas, com aula inclusive nos sábados, o dia inteiro! Pode parecer bobagem, mas isso me incomoda ao extremo. Nas faculdades se evita ter aula o dia inteiro por uma razão. É antididático. Você não pode esperar assimilar alguma coisa tendo aula das 8h30min às 18h.
Tudo bem, eu sei que em alguns cursos universitários os alunos precisam assistir aula o dia inteiro. Eu respeito essas profissões e, ao mesmo tempo, sinto pelos estudantes. Há, entretanto, algumas diferenças, e a primeira delas é que as pessoas tem aula com vários professores diferentes, sobre matérias razoavelmente diferentes. No curso de formação era a mesma coisa o dia inteiro!
Pois bem, consegui superar o curso de formação (graças à conexão de dados 3G, que me mantinha ocupado nos momentos extremos). Esperamos com ansiedade a nomeação, ela veio, e enfim chegou o dia da posse. Uma cerimônia que durou a tarde inteira, mas não foi tão cansativa assim. Tudo bem, vamos dar um desconto ao serviço público, especialmente nas ocasiões em que várias pessoas estão tomando posse num órgão de prestígio.
No dia seguinte, o primeiro dia de trabalho, e fizemos o quê? Reunião o dia inteiro! Mais um sofrimento. Eu tenho uma dificuldade considerável para permanecer concentrado por mais do que uma ou duas horas, sempre foi assim. Meu estudo sempre foi organizado em blocos curtos, intercalados com episódios de seriados ou desenhos animados. Enfim, uma reunião longa pra mim é uma tortura.
Tudo bem, superamos o primeiro dia, e logo tive trabalho a fazer, mas recebi uma mensagem me convocando para um curso de ambientação na segunda-feira seginte, e que duraria a semana inteira.
Agora adivinhem no que consiste o curso de ambientação? Adoro meu celular!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobre etiqueta nos laboratórios

Não, isso não é nenhum tipo de "série de artigos sobre moda e etiqueta". Eu só acho o tema interessante, e é muito bom saber o que as pessoas Nos últimos dias tive que frequentar alguns consultórios, laboratórios e centros de diagnóstico pra fazer alguns exames.
Quando cheguei ao laboratório, fui direto ao guichê de atendimento (não tinha ninguém na fila), e aí a connversa foi interessante:
- O senhor trouxe as fezes? - a moça que estava sendo atendida ao lado esbugalhou os olhos.
- Não, ainda não.
- O senhor já urinou hoje?
- Sim, logo depois que eu acordei.
- Ah, então o senhor não vai poder colher agora né?
- Acho que não.

Todo mundo fica desconfortável com esses assuntos? Não é uma coisa só minha né? Depois fiquei pensando. É tudo bobagem. Todo mundo faz cocô né? Tem gente que não acha um absurdo falar sobre o assunto, e tem gente que até trabalha diariamento com excrementos humanos.

É interessante. Nós temos a tendência de "estranhalizar" coisas normais, e "normalizar" absurdos. Acredito que mais desagradável do que falar sobre minhas fezes deve ser ter que perguntar diariamente sobre as fezes de dezenas de pessoas, e aguentar as expressões de nojo e surpresa. Por favor, sejamos discretos nos laboratórios, mas não vamos esquecer que o cocô está presente na vida de todos.

sábado, 24 de julho de 2010

Sobre roupas de banho no verão

Aí tem gente que vai dizer assim: "mas rapaz, você vai escrever sobre etiqueta no verão em pleno inverno". Eu digo uma coisa. Eu sou de Recife, que diferença faz se é verão ou inverno? Eu estou escrevendo esse post do meu celular, na beira da piscina, na sombra de um coqueiro, em pleno mês de julho, então não me venham com bobagens.
O negócio acontece mais ou menos assim. Você chega na piscina ou na praia, e tem um monte de gente em desconfortáveis roupas de banho. Quase sempre as mulheres ficam arrumando os biquinis e maiôs a todo instante, achando que alguém está avaliando sua quantidade de celulites e estrias constantemente, e nunca tem ninguém olhando. Já os homens podem ser divididos em duas categorias. Temos aqueles que usam sunga porque acham que tem um corpo bonito pra mostrar, e os que usam bermudões, porque simplesmente acham mais confortável.
As conclusões são as seguintes: a maioria dos homens não liga pra celulite e nem estrias, até porque na maioria das vezes é difícil percebê-las. As mulheres em geral não se preocupam se o cara usa sunga ou bermudão, simplesmente porque elas não percebem esse dilema. Então eu faço o seguinte: uso o que eu acho mais confortável (dentro dos limites do ridículo, abaixo o fio dental!) e relaxo, porque, afinal de contas, é pra isso que a gente vai pra esses lugares né? Seja inverno ou verão.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre a situação de Palmares

Escrevi um dia desses sobre serviço voluntário envolvendo as vítimas das recentes cheias no interior de Pernambuco. Eu me envolvi com o trabalho aqui em Recife, principalmente no preparo e envio dos donativos às cidades afetadas, mas alguns dos meus amigos e familiares se envolveram com a ajuda que está sendo prestada diretamente nas cidades, em especial em Palmares.
No último sábado (10 de julho), meu pai foi com um grupo de mais ou menos duzentas pessoas a Palmares. Esses grupos estão indo regularmente ajudar a limpar os lugares que foram inundados e estão cheios de lama, terra e entulhos que misturam restos dos desabamentos, móveis, eletrodomésticos, documentos e tudo mais que estava dentro das casas. Ele me deu esses vídeos e essas fotos que eu estou postando, não na tentativa de sensibilizar os leitores desse humilde blog, mas somente pra que todo mundo perceba o tamanho do problema.

Essas primeiras fotos são das ruas de Palmares.



O que mais me chamou a atenção foram as palavras do dono da casa destruída no primeiro vídeo. Não incorporei o vídeo porque o upload ia demorar demais.



O segundo vídeo é de uma escola que vai receber a ajuda desse grupo de voluntários no dia 24, na tentativa de deixar as coisas minimamente razoáveis para que as aulas possam ser retomadas em agosto.



sábado, 10 de julho de 2010

Sobre John Mayer

Aí estava no Terceiro Ano do colégio, estudando feito um louco pro vestibular, e o pessoal lá inventou de fazer uma "feira cultural" e a gente tinha que participar. Fiquei chateado. Eu estudava lá de manhã, fazia cursinhos de tarde e à noite, e achava que não tinha tempo pra aquela baboseira. Enfim, precisávamos fazer o trabalho, e marcamos de ir na casa de Thiago (Bob), que hoje é meu grande amigo. Ele tinha acabado de voltar de um intercâmbio nos Estados Unidos, e me mostrou um CD de um cantor que eu nunca tinha ouvido falar. O nome dele era John Mayer.
Eu não me considero um total ignorante musical. Estudei por alguns anos no Conservatório Pernambucano de Música, aprendi alguma coisa de teoria musical, estudei flautra transversa e piano popular. Sempre fui muito chato pra dizer que tal ou qual cantor ou banda são realmente bons. Mas quanto a John Mayer eu dou o braço a torcer. O cara é genial! Acho que ele é tão genial quanto Stevie Wonder, Phil Collins, Elton John, Michael Jackson, Tom Jobim ou Luiz Gonzaga.
O problema aí foi que eu simplesmente não conseguia encontrar o tal CD do cara pra comprar. Demorou mais ou menos um ano e meio pra eu conseguir encontrar o Room for Squares (2001) pra vender na internet, e aí eu descobri que ele já tinha lançado um DVD, o Any Given Thursday (2003) e um outro disco, o Heavier Things (2003). Obviamente eu comprei todos.
Parece que a cada novo CD ou DVD, o cara fica mais genial. É fácil perceber uma mudança de estilo, de um Pop mais light pra um Blues mais pesadinho, mas todos são igualmente bons. Completei a discografia (do que vende aqui no Brasil) graças aos presentes da minha esposa. Ganhei dela o Continuum (2006), e depois o CD e o DVD do Where The Light Is (2008), que foi gravado em um fantástico show em Los Angeles. Mais na frente ela também me deu o disco Try! (2005) do John Mayer Trio, grupo de Blues formado em 2005 por John Mayer, Steve Jordan e Pino Palladino, que também fez uma participação no Where The Light Is, e é simplesmente fantástico!
Depois que colocaram umas músicas de John Mayer numas novelas (sacrilégio!) da Globo, ele ficou 'na moda' por um tempo, mas se alguém ainda não conhece, eu recomendo que escute o... qualquer coisa! Tudo dele é muito bom!

sábado, 26 de junho de 2010

Sobre Trabalho Voluntário

E aí eu fui prestar serviço voluntário junto com outros amigos, ajudando a organizar os donativos para as pessoas que foram prejudicadas pelas recentes chuvas em várias cidades aqui de Pernambuco. Pois bem, a Polícia Militar está centralizando todos os materiais, colocando em caminhões e enviando para as cidades. Fomos ao Quartel General da PM daqui de Recife, éramos mais ou menos 50 pessoas, entre adolescentes e adultos.
Fiquei feliz quando chegamos e eu percebi que eram tantos carros parando e entregando as doaçoes, que precisávamos de algumas pessoas somente para receber os donativos. Geralmente descarregávamos três ou quatro carros ao mesmo tempo, e à medida em que agradecíamos e os motoristas iam embora, outros chegavam. Impressionante a quantidade de roupas que chegaram no dia de hoje, sem falar nos alimentos, água, brinquedos de materiais de limpeza. Vi algumas pessoas com carros novos e grandes, e que disseram que voltariam depois, porque as doações não couberam todas no carro. Vi também pessoas que pediam ao motorista do ônibus que parasse porque queria doar uma pequena sacola com algumas peças de roupa ou garrafinhas de água mineral, ou que traziam um par de sandálias em suas bicicletas ou a pé.
Outras coisas também me chamaram a atenção, talvez não tão boas. Enquanto algumas pessoas ajudavam com bastante alegria, outras se preocupavam mais em anunciar em todos os lugares há quanto tempo estavam ali, quantos dias passaram no serviço voluntário, como uma maneira meio torpe de competição entre ONGs e organizações religiosas. Ora, de que importa se a sociedade tal ou a igreja qual mandou gente para trabalhar todos os dias ou se foi somente no fim de semana? As pessoas precisam de ajuda, e nós queremos ajudar com o que temos, somente para ajudar, sem esperar nenhum reconhecimento especial nem nada em troca.
Palmas para um homem, que tentava organizar a coleta dos mantimentos, que dava bom dia, batia palmas e agradecia a todos os doadores e voluntários, e que nem sequer me disse o nome dele.
As pessoas precisam de ajuda, e qualquer doação no Quartel do Derby é bem vinda. O trabalho voluntário também é extremamente necessário para colocarmos em ordem a vida das pessoas que perderam tudo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sobre Concursos Públicos

Certo, tem um monte de gente que passou em concurso e lança livros, sites, blogs, CDs, DVDs e o que mais der dinheiro, pretendendo ter a fórmula mágica pra se passar num concurso. Eu queria, na realidade, olhar um pouco mais pra trás, e pensar no porquê de tanta gente hoje querer fazer concurso. E eu deixo logo claro que eu não tenho fórmula mágica nenhuma pra passar em nada, eu só quero compartilhar algumas reflexões sobre o assunto.

1. Concurso público é um caminho. Eu digo isso porque muitas vezes as pessoas resolvem estudar, e acham que o único caminho verdadeiro na vida é ser aprovado num concurso público. Por favor, não pensem tão pequeno. Eu conheço muitas pessoas plenamente satisfeitas com seu emprego numa entidade privada, ou com seu negócio próprio, ou como profissional liberal. Acho que esse pensamento de único caminho é uma coisa muito mais vendida pelos autores e cursinhos.

2. Estabilidade? Depende né? Eu sou concursado numa empresa pública federal. Aconteceu recentemente de alguns colegas perderem suas comissões, e quando isso acontece eles tem quatro meses pra conseguir uma recolocação e, se não conseguirem, vão passar a ganhar três ou quatro vezes menos, dependendo do cargo que ocupavam. Depois disso, um desses colegas foi transferido compulsoriamente para uma outra unidade. Já ouvi casos de pessoas que tiveram que se mudar às pressas porque o órgão em que trabalhavam estava encerrando as atividades naquela cidade ou estado. Essas coisas realmente acontecem.

3. É possível unir o melhor de dois mundos. Recentemente conheci em Brasília uma família que tinha cinco filhos. O que me chamou a atenção era que eles pareciam muito felizes, e viviam muito confortavelmente. Perguntei com o que os pais trabalhavam, e o pai me disse que era concursado na empresa de transporte público do Distrito Federal, mas que também tinha um escritório de contabilidade. Obviamente ele deve ganhar muito mais no escritório do que no emprego público, mas com certeza o concurso em que ele passou foi fundamental para montar o negócio. Se você tiver disposição, é possível fazer as duas coisas.

4. Mamata? Hoje é raro. Nessa mesma viagem para Brasília, fui almoçar com um amigo que trabalhou comigo, e depois passou em outro concurso, e depois em mais um. Ele me disse exatamente isso: "Quanto eu passei no primeiro concurso, me disseram que eu ia virar marajá, que ia viver na sombra e água fresca. Até agora eu não vi isso em lugar nenhum. É só pressão". Essa época da tranquilidade do serviço público tá acabando, e é bom que todo mundo saiba disso. São raros os locais hoje em que tem pouca coisa pra fazer. Geralmente a demanda é grande, existe um sistema de gestão por metas, avaliação de desempenho e tudo o mais.

5. Prestar concursos é um estilo de vida. Não se aprende nenhuma das matérias chatas que caem nos concursos de um dia pro outro. É necessário criar um modo de vida que inclua o estudo dessas coisas. E no começo é complicado mesmo. Não é fácil pra ninguém. Mas eu também acho que todo mundo que quiser e decidir pagar o preço vai conseguir, mas é importante lembrar que alguns vão demorar mais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Futebol Americano

No sábado fui a um jogo de futebol americano. Nunca tinha pensado que um dia na minha vida eu iria assistir a um jogo de futebol americano, primeiro porque eu não sou muito fã de assistir jogos ao vivo. Não que eu não goste de acompanhar as partidas de futebol ou vôlei, mas não gosto de abrir mão do replay, e, se for uma decisão, além de ter medo dos estádios por causa da violência, nada melhor que uma TV de alta definição, ouvindo a narração e desfrutando a tranquilidade de estar junto com a família. Pois bem, foi quando meu irmão mais novo me disse que ia treinar futebol americano que eu descobri que existe um time em Recife (na verdade existe mais de um).
O jogo foi à tarde, no clube da Sudene, no Engenho do Meio. Eles usaram um campo de futebol, adicionando as marcações lineares que ajudam a contar as jardas percorridas pelos jogadores. Em cada lado do campo, onde ficam as barras do futebol, colocaram duas astes, que indicam o local onde a bola pode ser chutada em determinados momentos.
Admito que os esportes inventados pelos americanos nunca me atraíram muito, acho que pela complicação das regras. Mesmo para os esportes populares no Brasil, como o vôlei e o basquete, que foram inventados no final do século XIX, é preciso um certo estudo para compreender plenamente as regras. As do vôlei, por exemplo, tiveram alterações substanciais nos últimos anos, com a inclusão do líbero, que pode sair e entrar a qualquer momento, e a alteração da pontuação, passando dos 15 pontos por set para 25 por set, mas sem a antiga "vantagem". Outros esportes, como o baseball e o softball, acho que estão além da minha capacidade intelectiva, e eu pensava o mesmo do futebol americano, mas me surpreendi.
Eu não pretendo fazer uma explanação sobre as regras do jogo, mas somente comentar a minha experiência. O jogo total é dividido em quatro "tempos". Os Recife Mariners receberam os Natal Scorpions para uma partida amistosa. Os Scorpions abriram o placar com um daqueles chutes entre as barras, que valem três pontos. Não entendi muita coisa, mas logo vi, quando os Mariners marcaram o primeiro, que o touchdown vale seis pontos. Pois bem, no final do segundo quarto, comecei a entender mesmo como a coisa funciona. A essa altura, os Mariners já estavam bem à frente no placar, acho que marcavam 24 a 10, eu pensei tranquilo: "caramba, os caras daqui são bons".
Eu não esperava o que viria adiante. No final do tempo regulamentar, o placar era de 31 a 31, numa surpreendente reação dos Scorpions, que, além de terem muito menos jogadores (no futebol americano existe um time para o ataque e outro para a defesa), também não tinham, obviamente, nenhum apoio da torcida. Decidiram, então, de comum acordo, fazer uma prorrogação, e quem fizesse o primeiro touchdown seria o time vencedor. Obviamente eu torci para os Mariners, mas os Scorpions levaram a vitória depois um pequeno vacilo da defesa do time da casa.
O futebol americano parece ser um esporte em franca ascensão aqui. Há alguns anos atrás eu ouvia falar de um pessoal que se reunia pra jogar na praia, hoje temos pelo menos um time institucionalizado, com padrão de uniforme, local fixo de treinamento, diretoria e, em breve, personalidade jurídica própria. João Pessoa, Campina Grande, Maceió e Natal também tem outros times. Com certeza foi um jogos mais emocionantes que eu já assisti, e no próximo jogo estarei lá novamente (mesmo que o meu irmão desista de jogar). Quem quiser saber mais pode visitar o www.recifemariners.com.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Circo

Ontem fui ao circo. Não, eu não viajei pra Brasília, fui a um circo mesmo, aqui em Recife. A última vez que eu fui a um circo não faz muito tempo, foi no ano passado, quando o Cirque du Soleil passou uma temporada em Recife. Obviamente, não posso fazer comparações, mas o que eu tenho a dizer é que o pequeno circo brasileiro, apesar de não ser muito bem estruturado, conta com artistas de talento.
Entrando no lugar, percebe-se uma tenda bastante antiga, com a platéia se acomodando em cadeiras de plástico sobre uma arquibancada montada com tábuas não tão boas. O preço não é nenhum absurdo, com R$ 20,00 você compra um ingresso que dá acesso ao espetáculo para três pessoas. As apresentações se seguiam muito rapidamente, e algumas me chamaram a atenção por serem muito boas. Dos três ou quatro palhaços que se apresentaram ao longo das aproximadamente duas horas de espetáculo, um me pareceu realmente engraçado, e arrancou de mim várias risadas montando uma banda imaginária com a participação de alguns espectadores. Um bom malabarista usou as tradicionais massas, discos e, ao final, apresentou um número colocando um chapéu na cabeça e trocando sistematicamente com os outros que jogava para cima. Um casal romeno deu demonstrações de equilíbrio em cima de hastes, um grupo que realizava saltos usando grandes gangorras que jogavam seus integrantes para cima, entre outros palhaços, cachorros, mágicas e tecido acrobático.
A última apresentação realmente me impressionou. A performance dos motoqueiros no globo da morte é de tirar o fôlego. Não darei detalhes para estimular a curiosidade dos leitores, mas asseguro que vale a pena dar uma olhada. No final de tudo, só me veio à imaginação a vida sofrida que devem ter aqueles artistas talentosos. No nosso país, os circos, salvo raras exceções, não são considerados opções habituais de lazer. Não sei se o problema é somente cultural ou se em outros lugares os artistas circenses têm algum tipo de incentivo, mas os circenses brasileiros são suficientemente talentosos para termos um Cirque Tupiniquim tão bom quanto os internacionais.
Para quem quiser dar uma olhada, o Circo Europeu está na Av. Boa Viagem, bem na divisa dos municípios de Recife e Jaboatão. Os espetáculos são diariamente às 20h30min e nos sábados, domingos e feriados às 18h30min e 20h30min.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Crônica de Aniversário

Primeiramente, fico extremamente sem graça quando recebo parabéns de alguém, especialmente quando eu não fiz nada pra merecer. Ora, foi só um ano que se passou, o trigentésimo sexagésimo quinto (ou sexto) dia de um ciclo que vai se reiniciar no dia seguinte. Por que então as pessoas recebem parabéns quando fazem aniversário? A maioria diz que, nos dias de hoje, o simples fato de ter vivido com saúde por mais um ano já seria motivo para comemorações... não discordo completamente, mas por que então, em vez de dar bom dia ou boa noite, as pessoas não me dão parabéns todos os dias quando chego no trabalho ou na faculdade?

O fato é que eu não me sinto confortável recebendo parabéns, e pronto. Não quero com isso dizer que ninguém deve me cumprimentar no meu aniversário. Por favor! Eu não pretendo mudar a cultura do nosso povo, mas acho que deve haver pessoas que, assim como eu, ruborizam nessas horas. Se me colocarem atrás de um bolo com todo mundo olhando pra mim então, aí danou-se tudo. Será que Glória Kalil já determinou qual deve ser a postura do aniversariante enquanto cantam a tradicional canção do parabéns? Alguns batem palmas e cantam junto, outros ficam olhando como se houvesse alguma outra razão pra todo mundo estar ali, e outros, como eu, fixam o olhar no bolo, na busca de uma proteção contra a exposição...

No dia do aniversário também é muito difícil desenvolver as atividades rotineiras. Atualmente eu trabalho com a análise de algumas operações bastante complexas, que envolvem documentos de origens diferentes, às vezes escritos em outras línguas. Frequentemente eu me socorro dos fones de ouvido para manter a concentração, mas no dia do aniversário isso se torna impossível. Cada vez que eu paro para analisar alguma coisa, alguém chega perto de mim e diz as palavras mágicas: "parabéns, muitas felicidades!". Quando acho que todos os colegas do trabalho já falaram comigo, o telefone toca e chegam as mensagens de texto, e mais "parabéns, felicidades!". É importante que eu deixe claro que compreendo as manifestações de apreço, e agradeço sinceramente por elas, mas depois de um dia inteiro, fico inegavelmente cansado...

Enfim, não pretendo ser chato. Tá bom, tá bom, talvez eu seja um pouco "seco". Eu aprecio as relações entre as pessoas, gosto dos presentes, mas prefiro aqueles que não são dados em datas artificialmente escolhidas pelo senso comum. Acho que uma ligação do tipo "lembrei de você, que saudade." tem mais valor do que os "parabéns, felicidades!" que se repetem ano a ano.