terça-feira, 4 de maio de 2010

Futebol Americano

No sábado fui a um jogo de futebol americano. Nunca tinha pensado que um dia na minha vida eu iria assistir a um jogo de futebol americano, primeiro porque eu não sou muito fã de assistir jogos ao vivo. Não que eu não goste de acompanhar as partidas de futebol ou vôlei, mas não gosto de abrir mão do replay, e, se for uma decisão, além de ter medo dos estádios por causa da violência, nada melhor que uma TV de alta definição, ouvindo a narração e desfrutando a tranquilidade de estar junto com a família. Pois bem, foi quando meu irmão mais novo me disse que ia treinar futebol americano que eu descobri que existe um time em Recife (na verdade existe mais de um).
O jogo foi à tarde, no clube da Sudene, no Engenho do Meio. Eles usaram um campo de futebol, adicionando as marcações lineares que ajudam a contar as jardas percorridas pelos jogadores. Em cada lado do campo, onde ficam as barras do futebol, colocaram duas astes, que indicam o local onde a bola pode ser chutada em determinados momentos.
Admito que os esportes inventados pelos americanos nunca me atraíram muito, acho que pela complicação das regras. Mesmo para os esportes populares no Brasil, como o vôlei e o basquete, que foram inventados no final do século XIX, é preciso um certo estudo para compreender plenamente as regras. As do vôlei, por exemplo, tiveram alterações substanciais nos últimos anos, com a inclusão do líbero, que pode sair e entrar a qualquer momento, e a alteração da pontuação, passando dos 15 pontos por set para 25 por set, mas sem a antiga "vantagem". Outros esportes, como o baseball e o softball, acho que estão além da minha capacidade intelectiva, e eu pensava o mesmo do futebol americano, mas me surpreendi.
Eu não pretendo fazer uma explanação sobre as regras do jogo, mas somente comentar a minha experiência. O jogo total é dividido em quatro "tempos". Os Recife Mariners receberam os Natal Scorpions para uma partida amistosa. Os Scorpions abriram o placar com um daqueles chutes entre as barras, que valem três pontos. Não entendi muita coisa, mas logo vi, quando os Mariners marcaram o primeiro, que o touchdown vale seis pontos. Pois bem, no final do segundo quarto, comecei a entender mesmo como a coisa funciona. A essa altura, os Mariners já estavam bem à frente no placar, acho que marcavam 24 a 10, eu pensei tranquilo: "caramba, os caras daqui são bons".
Eu não esperava o que viria adiante. No final do tempo regulamentar, o placar era de 31 a 31, numa surpreendente reação dos Scorpions, que, além de terem muito menos jogadores (no futebol americano existe um time para o ataque e outro para a defesa), também não tinham, obviamente, nenhum apoio da torcida. Decidiram, então, de comum acordo, fazer uma prorrogação, e quem fizesse o primeiro touchdown seria o time vencedor. Obviamente eu torci para os Mariners, mas os Scorpions levaram a vitória depois um pequeno vacilo da defesa do time da casa.
O futebol americano parece ser um esporte em franca ascensão aqui. Há alguns anos atrás eu ouvia falar de um pessoal que se reunia pra jogar na praia, hoje temos pelo menos um time institucionalizado, com padrão de uniforme, local fixo de treinamento, diretoria e, em breve, personalidade jurídica própria. João Pessoa, Campina Grande, Maceió e Natal também tem outros times. Com certeza foi um jogos mais emocionantes que eu já assisti, e no próximo jogo estarei lá novamente (mesmo que o meu irmão desista de jogar). Quem quiser saber mais pode visitar o www.recifemariners.com.