Terminei um trabalho da faculdade agora, mas continuo com vontade de escrever. O pobre blog andava meio abandonado, por causa dos concursos públicos e dos imperativos acadêmicos, mas eu me comprometo a não mais fazer isso, para a honra dos meus assíduos (4 ou 5) leitores.
Pois bem, a situação é a seguinte. Cheguei de Recife ontem, e passei maus bocados. Quem me conhece sabe que eu tenho mania de informação, e por isso, além de ver a confusão gerada por causa das chuvas, eu acompanho outras informações nos veículos de comunicação, principalmente na internet. É desgraça pra todo lado.
Eu vinha de carro pela Av. Visconde de Albuquerque, na Madalena, em direção à Torre, e queria dobrar à direita para pegar a Av. Beira Rio no acesso às Graças. Dobrei e voltei três ou quatro vezes, porque as pequenas ruas estavam parecendo riachos. A Agamenon Magalhães só se sustenta até o canal transbordar, e parece que hoje isso vai acontecer. A Domingos Ferreira já fica cheia só com a maré alta, imagine com chuva. A Avenida Recife já tinha correnteza própria.
Tudo bem, vamos dar uma pesquisada no Google. Recife foi citada pela primeira vez em 1534, quando ainda era uma vilazinha. Eu aposto um rim que naquela época já havia alagamentos. A primeira enchente oficialmente registrada foi em 1632. Quem nunca ouviu falar da enchente de 1975? E do mito do estouro de Tapacurá?? Sobre o assunto, recomendo o ótimo artigo de Maria do Carmo Ferreira, disponível aqui.
Pois bem, eu me sinto como se estivesse vivendo no passado. Ou melhor, como se estivesse observando o passado, já que eu não estou no meio da confusão. Hoje as empresas e escolas suspenderam as atividades, um shopping fechou as portas no meio da tarde porque a água estava entrando, e agora todo mundo está preocupado com Tapacurá.
O ilustre prefeito ninguém sabe onde está. As CODECIR e a CODECIPE, bem como a CTTU dizem que não há motivo para preocupação, o que é no mínimo bizarro. Se alguém se pergunta sobre a viabilidade de soluções, tomemos o exemplo da Holanda, onde já estão construindo estruturas imobiliárias flutuantes e onde fizeram a maior comporta do mundo, sem falar nas inúmeras outras obras, especialmente de desassoreamento e revitalização dos rios.
É uma pena que, quanto a esse assunto, pouco tenha mudado de 1632 até agora, e muito pouco do ano passado pra cá, quando as chuvas arrasaram Palmares e Barreiros. Eu decidi. De hoje em diante só voto em prefeito e governador que tenham na plataforma propostas de planos para evitar esse tipo de tragédia.
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