E aí eu fui prestar serviço voluntário junto com outros amigos, ajudando a organizar os donativos para as pessoas que foram prejudicadas pelas recentes chuvas em várias cidades aqui de Pernambuco. Pois bem, a Polícia Militar está centralizando todos os materiais, colocando em caminhões e enviando para as cidades. Fomos ao Quartel General da PM daqui de Recife, éramos mais ou menos 50 pessoas, entre adolescentes e adultos.
Fiquei feliz quando chegamos e eu percebi que eram tantos carros parando e entregando as doaçoes, que precisávamos de algumas pessoas somente para receber os donativos. Geralmente descarregávamos três ou quatro carros ao mesmo tempo, e à medida em que agradecíamos e os motoristas iam embora, outros chegavam. Impressionante a quantidade de roupas que chegaram no dia de hoje, sem falar nos alimentos, água, brinquedos de materiais de limpeza. Vi algumas pessoas com carros novos e grandes, e que disseram que voltariam depois, porque as doações não couberam todas no carro. Vi também pessoas que pediam ao motorista do ônibus que parasse porque queria doar uma pequena sacola com algumas peças de roupa ou garrafinhas de água mineral, ou que traziam um par de sandálias em suas bicicletas ou a pé.
Outras coisas também me chamaram a atenção, talvez não tão boas. Enquanto algumas pessoas ajudavam com bastante alegria, outras se preocupavam mais em anunciar em todos os lugares há quanto tempo estavam ali, quantos dias passaram no serviço voluntário, como uma maneira meio torpe de competição entre ONGs e organizações religiosas. Ora, de que importa se a sociedade tal ou a igreja qual mandou gente para trabalhar todos os dias ou se foi somente no fim de semana? As pessoas precisam de ajuda, e nós queremos ajudar com o que temos, somente para ajudar, sem esperar nenhum reconhecimento especial nem nada em troca.
Palmas para um homem, que tentava organizar a coleta dos mantimentos, que dava bom dia, batia palmas e agradecia a todos os doadores e voluntários, e que nem sequer me disse o nome dele.
As pessoas precisam de ajuda, e qualquer doação no Quartel do Derby é bem vinda. O trabalho voluntário também é extremamente necessário para colocarmos em ordem a vida das pessoas que perderam tudo.
Crônicas e reflexões do Dia a Dia sobre política, economia, cinema, concursos públicos, tecnologia e qualquer outra coisa que parecer interessante...
sábado, 26 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Sobre Concursos Públicos
Certo, tem um monte de gente que passou em concurso e lança livros, sites, blogs, CDs, DVDs e o que mais der dinheiro, pretendendo ter a fórmula mágica pra se passar num concurso. Eu queria, na realidade, olhar um pouco mais pra trás, e pensar no porquê de tanta gente hoje querer fazer concurso. E eu deixo logo claro que eu não tenho fórmula mágica nenhuma pra passar em nada, eu só quero compartilhar algumas reflexões sobre o assunto.
1. Concurso público é um caminho. Eu digo isso porque muitas vezes as pessoas resolvem estudar, e acham que o único caminho verdadeiro na vida é ser aprovado num concurso público. Por favor, não pensem tão pequeno. Eu conheço muitas pessoas plenamente satisfeitas com seu emprego numa entidade privada, ou com seu negócio próprio, ou como profissional liberal. Acho que esse pensamento de único caminho é uma coisa muito mais vendida pelos autores e cursinhos.
2. Estabilidade? Depende né? Eu sou concursado numa empresa pública federal. Aconteceu recentemente de alguns colegas perderem suas comissões, e quando isso acontece eles tem quatro meses pra conseguir uma recolocação e, se não conseguirem, vão passar a ganhar três ou quatro vezes menos, dependendo do cargo que ocupavam. Depois disso, um desses colegas foi transferido compulsoriamente para uma outra unidade. Já ouvi casos de pessoas que tiveram que se mudar às pressas porque o órgão em que trabalhavam estava encerrando as atividades naquela cidade ou estado. Essas coisas realmente acontecem.
3. É possível unir o melhor de dois mundos. Recentemente conheci em Brasília uma família que tinha cinco filhos. O que me chamou a atenção era que eles pareciam muito felizes, e viviam muito confortavelmente. Perguntei com o que os pais trabalhavam, e o pai me disse que era concursado na empresa de transporte público do Distrito Federal, mas que também tinha um escritório de contabilidade. Obviamente ele deve ganhar muito mais no escritório do que no emprego público, mas com certeza o concurso em que ele passou foi fundamental para montar o negócio. Se você tiver disposição, é possível fazer as duas coisas.
4. Mamata? Hoje é raro. Nessa mesma viagem para Brasília, fui almoçar com um amigo que trabalhou comigo, e depois passou em outro concurso, e depois em mais um. Ele me disse exatamente isso: "Quanto eu passei no primeiro concurso, me disseram que eu ia virar marajá, que ia viver na sombra e água fresca. Até agora eu não vi isso em lugar nenhum. É só pressão". Essa época da tranquilidade do serviço público tá acabando, e é bom que todo mundo saiba disso. São raros os locais hoje em que tem pouca coisa pra fazer. Geralmente a demanda é grande, existe um sistema de gestão por metas, avaliação de desempenho e tudo o mais.
5. Prestar concursos é um estilo de vida. Não se aprende nenhuma das matérias chatas que caem nos concursos de um dia pro outro. É necessário criar um modo de vida que inclua o estudo dessas coisas. E no começo é complicado mesmo. Não é fácil pra ninguém. Mas eu também acho que todo mundo que quiser e decidir pagar o preço vai conseguir, mas é importante lembrar que alguns vão demorar mais.
1. Concurso público é um caminho. Eu digo isso porque muitas vezes as pessoas resolvem estudar, e acham que o único caminho verdadeiro na vida é ser aprovado num concurso público. Por favor, não pensem tão pequeno. Eu conheço muitas pessoas plenamente satisfeitas com seu emprego numa entidade privada, ou com seu negócio próprio, ou como profissional liberal. Acho que esse pensamento de único caminho é uma coisa muito mais vendida pelos autores e cursinhos.
2. Estabilidade? Depende né? Eu sou concursado numa empresa pública federal. Aconteceu recentemente de alguns colegas perderem suas comissões, e quando isso acontece eles tem quatro meses pra conseguir uma recolocação e, se não conseguirem, vão passar a ganhar três ou quatro vezes menos, dependendo do cargo que ocupavam. Depois disso, um desses colegas foi transferido compulsoriamente para uma outra unidade. Já ouvi casos de pessoas que tiveram que se mudar às pressas porque o órgão em que trabalhavam estava encerrando as atividades naquela cidade ou estado. Essas coisas realmente acontecem.
3. É possível unir o melhor de dois mundos. Recentemente conheci em Brasília uma família que tinha cinco filhos. O que me chamou a atenção era que eles pareciam muito felizes, e viviam muito confortavelmente. Perguntei com o que os pais trabalhavam, e o pai me disse que era concursado na empresa de transporte público do Distrito Federal, mas que também tinha um escritório de contabilidade. Obviamente ele deve ganhar muito mais no escritório do que no emprego público, mas com certeza o concurso em que ele passou foi fundamental para montar o negócio. Se você tiver disposição, é possível fazer as duas coisas.
4. Mamata? Hoje é raro. Nessa mesma viagem para Brasília, fui almoçar com um amigo que trabalhou comigo, e depois passou em outro concurso, e depois em mais um. Ele me disse exatamente isso: "Quanto eu passei no primeiro concurso, me disseram que eu ia virar marajá, que ia viver na sombra e água fresca. Até agora eu não vi isso em lugar nenhum. É só pressão". Essa época da tranquilidade do serviço público tá acabando, e é bom que todo mundo saiba disso. São raros os locais hoje em que tem pouca coisa pra fazer. Geralmente a demanda é grande, existe um sistema de gestão por metas, avaliação de desempenho e tudo o mais.
5. Prestar concursos é um estilo de vida. Não se aprende nenhuma das matérias chatas que caem nos concursos de um dia pro outro. É necessário criar um modo de vida que inclua o estudo dessas coisas. E no começo é complicado mesmo. Não é fácil pra ninguém. Mas eu também acho que todo mundo que quiser e decidir pagar o preço vai conseguir, mas é importante lembrar que alguns vão demorar mais.
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