Ontem fui ao circo. Não, eu não viajei pra Brasília, fui a um circo mesmo, aqui em Recife. A última vez que eu fui a um circo não faz muito tempo, foi no ano passado, quando o Cirque du Soleil passou uma temporada em Recife. Obviamente, não posso fazer comparações, mas o que eu tenho a dizer é que o pequeno circo brasileiro, apesar de não ser muito bem estruturado, conta com artistas de talento.
Entrando no lugar, percebe-se uma tenda bastante antiga, com a platéia se acomodando em cadeiras de plástico sobre uma arquibancada montada com tábuas não tão boas. O preço não é nenhum absurdo, com R$ 20,00 você compra um ingresso que dá acesso ao espetáculo para três pessoas. As apresentações se seguiam muito rapidamente, e algumas me chamaram a atenção por serem muito boas. Dos três ou quatro palhaços que se apresentaram ao longo das aproximadamente duas horas de espetáculo, um me pareceu realmente engraçado, e arrancou de mim várias risadas montando uma banda imaginária com a participação de alguns espectadores. Um bom malabarista usou as tradicionais massas, discos e, ao final, apresentou um número colocando um chapéu na cabeça e trocando sistematicamente com os outros que jogava para cima. Um casal romeno deu demonstrações de equilíbrio em cima de hastes, um grupo que realizava saltos usando grandes gangorras que jogavam seus integrantes para cima, entre outros palhaços, cachorros, mágicas e tecido acrobático.
A última apresentação realmente me impressionou. A performance dos motoqueiros no globo da morte é de tirar o fôlego. Não darei detalhes para estimular a curiosidade dos leitores, mas asseguro que vale a pena dar uma olhada. No final de tudo, só me veio à imaginação a vida sofrida que devem ter aqueles artistas talentosos. No nosso país, os circos, salvo raras exceções, não são considerados opções habituais de lazer. Não sei se o problema é somente cultural ou se em outros lugares os artistas circenses têm algum tipo de incentivo, mas os circenses brasileiros são suficientemente talentosos para termos um Cirque Tupiniquim tão bom quanto os internacionais.
Para quem quiser dar uma olhada, o Circo Europeu está na Av. Boa Viagem, bem na divisa dos municípios de Recife e Jaboatão. Os espetáculos são diariamente às 20h30min e nos sábados, domingos e feriados às 18h30min e 20h30min.
Crônicas e reflexões do Dia a Dia sobre política, economia, cinema, concursos públicos, tecnologia e qualquer outra coisa que parecer interessante...
quinta-feira, 22 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
Crônica de Aniversário
Primeiramente, fico extremamente sem graça quando recebo parabéns de alguém, especialmente quando eu não fiz nada pra merecer. Ora, foi só um ano que se passou, o trigentésimo sexagésimo quinto (ou sexto) dia de um ciclo que vai se reiniciar no dia seguinte. Por que então as pessoas recebem parabéns quando fazem aniversário? A maioria diz que, nos dias de hoje, o simples fato de ter vivido com saúde por mais um ano já seria motivo para comemorações... não discordo completamente, mas por que então, em vez de dar bom dia ou boa noite, as pessoas não me dão parabéns todos os dias quando chego no trabalho ou na faculdade?
O fato é que eu não me sinto confortável recebendo parabéns, e pronto. Não quero com isso dizer que ninguém deve me cumprimentar no meu aniversário. Por favor! Eu não pretendo mudar a cultura do nosso povo, mas acho que deve haver pessoas que, assim como eu, ruborizam nessas horas. Se me colocarem atrás de um bolo com todo mundo olhando pra mim então, aí danou-se tudo. Será que Glória Kalil já determinou qual deve ser a postura do aniversariante enquanto cantam a tradicional canção do parabéns? Alguns batem palmas e cantam junto, outros ficam olhando como se houvesse alguma outra razão pra todo mundo estar ali, e outros, como eu, fixam o olhar no bolo, na busca de uma proteção contra a exposição...
No dia do aniversário também é muito difícil desenvolver as atividades rotineiras. Atualmente eu trabalho com a análise de algumas operações bastante complexas, que envolvem documentos de origens diferentes, às vezes escritos em outras línguas. Frequentemente eu me socorro dos fones de ouvido para manter a concentração, mas no dia do aniversário isso se torna impossível. Cada vez que eu paro para analisar alguma coisa, alguém chega perto de mim e diz as palavras mágicas: "parabéns, muitas felicidades!". Quando acho que todos os colegas do trabalho já falaram comigo, o telefone toca e chegam as mensagens de texto, e mais "parabéns, felicidades!". É importante que eu deixe claro que compreendo as manifestações de apreço, e agradeço sinceramente por elas, mas depois de um dia inteiro, fico inegavelmente cansado...
Enfim, não pretendo ser chato. Tá bom, tá bom, talvez eu seja um pouco "seco". Eu aprecio as relações entre as pessoas, gosto dos presentes, mas prefiro aqueles que não são dados em datas artificialmente escolhidas pelo senso comum. Acho que uma ligação do tipo "lembrei de você, que saudade." tem mais valor do que os "parabéns, felicidades!" que se repetem ano a ano.
O fato é que eu não me sinto confortável recebendo parabéns, e pronto. Não quero com isso dizer que ninguém deve me cumprimentar no meu aniversário. Por favor! Eu não pretendo mudar a cultura do nosso povo, mas acho que deve haver pessoas que, assim como eu, ruborizam nessas horas. Se me colocarem atrás de um bolo com todo mundo olhando pra mim então, aí danou-se tudo. Será que Glória Kalil já determinou qual deve ser a postura do aniversariante enquanto cantam a tradicional canção do parabéns? Alguns batem palmas e cantam junto, outros ficam olhando como se houvesse alguma outra razão pra todo mundo estar ali, e outros, como eu, fixam o olhar no bolo, na busca de uma proteção contra a exposição...
No dia do aniversário também é muito difícil desenvolver as atividades rotineiras. Atualmente eu trabalho com a análise de algumas operações bastante complexas, que envolvem documentos de origens diferentes, às vezes escritos em outras línguas. Frequentemente eu me socorro dos fones de ouvido para manter a concentração, mas no dia do aniversário isso se torna impossível. Cada vez que eu paro para analisar alguma coisa, alguém chega perto de mim e diz as palavras mágicas: "parabéns, muitas felicidades!". Quando acho que todos os colegas do trabalho já falaram comigo, o telefone toca e chegam as mensagens de texto, e mais "parabéns, felicidades!". É importante que eu deixe claro que compreendo as manifestações de apreço, e agradeço sinceramente por elas, mas depois de um dia inteiro, fico inegavelmente cansado...
Enfim, não pretendo ser chato. Tá bom, tá bom, talvez eu seja um pouco "seco". Eu aprecio as relações entre as pessoas, gosto dos presentes, mas prefiro aqueles que não são dados em datas artificialmente escolhidas pelo senso comum. Acho que uma ligação do tipo "lembrei de você, que saudade." tem mais valor do que os "parabéns, felicidades!" que se repetem ano a ano.
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